quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Doce Sacrifício

Corpo imundo, olhos negros, alma impura.
Os sentimentos confusos e dolorosos
Navegam na minha ridícula inteligência.

Sinto-me culpado por tudo.
As palavras são vazias, curtas, sem sentidos.
Minha mente está envenenada.
As lágrimas escorrem na minha face
Saboreando a seiva e a dor...

Já não possuo forças para carregar com o mundo as costas.
O doce sacrifício é a minha única solução.

(O suicídio incorpora nas minhas veias,
Acompanhado com o cântico fúnebre.)

Corto os meus pulsos
E o sangue escorrega entre os meus braços.
O vermelho e o negro
Configuram a minha visão.

Ingiro o sangue sujo,
O sangue contaminável do corpo,
E com ele me baptizo: a Fera Humana.

O fogo,
Queima os excrementos da mente
E por seiscentas e seis vezes
O grito da alma exorciza.

Coração assassino,
Sem amor e sem compaixão.
Rastejando entre o pó da terra,
Engolindo tudo aquilo que plantou.